Vale a pena viajar para os Estados Unidos no inverno?

Será que vale a pena viajar para os Estados Unidos no inverno?

Olha, existem várias respostas para essa pergunta, até porque estamos falando de um país com dimensões continentais, com climas diversos, inclusive em uma mesma estação.

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Todo ano tem nevasca nos Estados Unidos?

Partindo do pressuposto de que uma nevasca é uma tempestade de neve com volume intenso e ventos fortes, sim, nevascas acontecem todos os anos nos Estados Unidos, mas nem sempre em metrópoles ou grandes centros urbanos.

Nevascas são mais comuns em regiões altas e montanhosas, onde elas podem durar dias, algumas vezes semanas.

Quando nevascas acontecem em centros urbanos elas tendem a ser rápidas e esporádicas, mas ainda assim são previsíveis e anunciadas, então ninguém é pego completamente de surpresa.

Esse cenário apocalíptico aqui em cima mostra Times Square completamente irreconhecível no dia 27 de janeiro de 2015, sendo que eu cheguei na cidade poucas horas depois, na manhã do dia seguinte.

Lá os noticiários locais chamavam essa tempestade de neve de a maior nevasca de todos os tempos, o prefeito chegou a pedir que estocassem alimentos, pilhas e papel higiênico!

Olha só como ficou o quarteirão em frente ao Radio City Music Hall, uma região cheia de escritórios que geralmente fica abarrotada de gente:

Parecia o fim do mundo, e foi anunciado como tal, mas cá estou eu para contar o que aconteceu: não vi nada disso acontecer, e olha que cheguei poucas horas depois que essas fotos foram tiradas.

Tudo bem que foram mais de 3 mil voos foram cancelados, muita gente perdeu a viagem e muito menino ficou sem aula, mas nenhuma das previsões mais pessimistas se concretizou, principalmente aquelas que diziam que a neve chegaria a 90 cm de altura, quando na verdade ela não chegou nem a 30.

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Estados Unidos no inverno vale a pena?

Sim, viajar para os Estados Unidos no inverno pode ser uma ótima forma de curtir regiões mais quentes do país ou aproveitar para gastar menos em regiões mais frias.

O segredo é fazer escolhas conscientes para não se arrepender: considere que em certos momentos do ano algumas regiões do país ficam completamente isoladas, com toque de recolher decretado, enquanto em outras tem gente pegando praia.

Claro que ficar isolado, e não conseguir sequer sair do hotel, é um extremo em um mar de possibilidades: temos que considerar incomodo menores, como o vento, a temporada de gripe, a quantidade roupas…

Quero falar um pouquinho sobre todos esses aspectos para ajudá-lo a chegar na melhor resposta de acordo com o seu destino e o seu propósito de viagem.

O inverno é mais incômodo

Quanto mais frio faz, mais roupas usamos, e isso aumenta o grau de irritabilidade.

Como o segredo é se vestir como cebolas, em camadas, o passar do dia vira um irritante tira isso e coloca aquilo, além do susto térmico que é entrar e sair de ambientes climatizados.

Viajar no inverno é fazer uma viagem que já começa com uma mala a menos: é impressionante o espaço que botas e casacos podem ocupar.

O inverno é temporada de gripe

O frio e o entra e sai de ambientes climatizados aflora todo tipo de amigdalite, faringite e otite, e não tem como se blindar disso: pepinos climáticos acontecem no inverno, ponto.

Por isso vale sempre viajar muito bem acompanhado de um seguro de viagens, assim você não transforma nenhum probleminha em problemão.

O inverno forma corredores de vento

Chicago e Nova York são famosas pelos seus congelantes corredores de vento, e quando o vento aperta qual a primeira coisa que fazemos?

Esconder o rosto, geralmente abaixando a cabeça. Eu levanto o cachecol que até então cobria o pescoço para fazer com que ele proteja pelo menos metade da cara. 

É dessa forma, olhando para baixo, que conheci todos os buracos, bueiros e paralelepípedos de Chicago.

O inverno é uma experiência específica

Se por um lado hotéis tendem a ficar mais baratos, por outro tudo fecha mais cedo e o dia termina muito antes com o sol se pondo entre cinco e seis da tarde.

O frio traz aquela preguiça de bater perna a esmo: como ninguém troca o certo pelo duvidoso, é normal diminuirmos nosso tempo de exposição a céu aberto.

Devo desistir de viajar para os Estados Unidos no inverno?  

Bem, não sei, mas não deixe de analisar todas as opções: em 2015 o Juno afetou 60 milhões de pessoas, mas quem, como eu, chegou exatamente um dia depois da nevasca, mal viu neve na rua.

Não estou minimizando o poder destruidor de uma nevasca, pelo contrário, tenho vários amigos que perderam um ou dois dias de viagem.

O que quero dizer é que existe a possibilidade de eventos meteorológicos influenciarem a sua viagem em qualquer época do ano, inclusive no verão que é quando começa a temporada de furacões.

Inverno nos Estados Unidos nem sempre é frio

Ah, não se esqueça que existem invernos para todo tipo de casaco: o inverno de Orlando todo mundo tira de letra, nada que um moletom não resolva.

Honolulu no Hawaii é o mesmo burburinho de sempre. San Diego também é mamão com acúcar, as praias continuam cheias.

Eu mesmo já peguei praia no Alabama em janeiro e foi uma delícia: a temperatura da água estava ótima, os dias estavam bonitos e o hotéis estava bem mais baratos.

Conclusão

Tem gente que é de inverno, tem gente que é de verão. Pode ter certeza que o mundo não para, mas ele pode ficar meio preguiçoso naquelas cidades lá de cima entre novembro e fevereiro – aliás, para provar que tudo é muito imprevisível, sabia que recentemente Seattle teve o inverno mais quente de todos os tempos?

O segredo é ir mentalmente preparado e acompanhar a previsão do tempo: não tem satisfação maior do que adiantar a programação e constatar que você mandou muito bem no planejamento.

Quem não curte cruzar roteiro com previsão do tempo e soltar aquele “mandamos bem no planejamento!” no fim da viagem?