Eu não pretendia perder a Copa, mas estou embarcando ainda hoje para levar mais um grupo para Disney. Jurava que não perderia a chance única de participar de uma Copa acontecendo a cinco minutos de onde trabalho, mas essa viagem é bem especial: estou comemorando 10 anos como guia de Disney.
Sério? Já são dez anos como guia?
Sim, dez anos. Tudo começou com dezoito anos em uma temporada de julho, mas depois que perdi o primeiro dos dois passaportes antigos que tinha ficou impossível saber exatamente quantas vezes viajei nos últimos dez anos, mas fazendo umas contas abstratas imagino ter viajado mais de trinta vezes para lá, nem todas a trabalho.
Mas os números mais legais são: trabalhando conheci de perto pelo menos outros vinte guias e levei mais de mil passageiros. É gente a dar com o rodo.
Janeiro de 2005
O engraçado é que não percebi todo esse tempo passar: aquela menina que escolheu viajar em vez de debutar em julho de 2004, e me conheceu tão jovem quanto ela, pode, agora, estar casada. Ou divorciada.
Ou grávida de um sujeito que ninguém sabe o nome!
Encontro meninos na balada, ou na vida profissional, e ouço: você não lembra de mim, lembra?, e me incomoda profundamente dizer não, mas eles não imaginam o quanto um rosto pode mudar em 10 anos, principalmente quando esse tempo acontece entre a adolescência e a vida adulta.
Janeiro de 2007
Já ouvi milhares de perguntas de amigos, passageiros e desconhecidos sobre esse trabalho delicioso que faço. Escolhi algumas para responder aqui:
Esse é o melhor trabalho do mundo?
Olha, não acredito que seja, mas é um dos melhores, principalmente quando fico muito tempo sem – e “muito” geralmente são seis meses.
Mas, sério, como pode não ser o melhor trabalho do mundo?
Não é o melhor trabalho do mundo porque demanda muita responsabilidade, mas não são responsabilidades empresariais do dia a dia profissional, são responsabilidades abstratas que afetam o aspecto psicológico muito antes do profissional: por mais que eu tente e queira, infelizmente não depende só da minha profissionalidade fazer com que a viagem dos sonhos seja a viagem que está prestes a acontecer. E trabalhar com sonhos é sempre muito gostoso, mas muito delicado. E cansativo.
Então é cansativo?
É exaustivo. Posso não trabalhar 24 horas, mas estou disponível ininterruptamente em qualquer momento da viagem entre o embarque o desembarque.
E você ganha para isso?
Claro, é um trabalho.
Então além de não pagar nada você ainda recebe por isso?
Sim, é um trabalho!
Nossa, eu faria de graça!
Uhm, por isso você provavelmente não seria um bom guia – e, por favor, não prostitua o mercado!
Janeiro de 2008
É cansativo ir tantas vezes para o mesmo lugar?
Com o tempo sim, tende a ficar. Em alguns momento cansa “ir”, em outros momentos cansa “estar lá”, mas não acredito que exista algum trabalho que não canse nesse mundo.
Você vai sempre nas montanhas-russas?
Não, só nas que gosto muito.
Os meninos dão trabalho?
Nunca tive trabalho com “os meninos”. Juro. Muito gente tem histórias loucas para contar, mas eu não, de verdade.
Você lembra de todos eles?
Eu não lembro de todos, é impossível, mas lembro da maioria – o que não significa que eu lembre dos nomes. E essa é a parte que menos gosto, não ter memória de elefante.
O que você mais gosta na viagem?
Conhecer pessoas novas, o tempinho que tenho para comer as coisas que gosto, fazer as coisas que quero e comprar o que preciso… Passar o meu tempo com os meninos também, geralmente sou o cara que mais sabe das fofocas do grupo.
Tudo bem, então escolhe uma.
Lidar com o inesperado. Mesmo estando nos mesmos parques, com roteiro definido e com uma certa experiência para lidar com o inesperado, é impressionante como tudo pode acontecer!
E isso te deixa nervoso?
Não, pelo contrário, me excita, é o que me motiva a continuar indo!
E o que você menos gosta no trabalho?
Não ter folga não é legal.
Janeiro de 2014
E o que vem pela frente?
Não sei, e isso é incrível. Nunca sei o que vem pela frente: cada viagem, e cada novo passageiro, é uma experiência imprevisível e inusitada, o mais divertido é não saber o que vem pela frente – mentira: gostoso é achar que sabe o que vem pela frente, mas divertido mesmo é quando o inusitado chega com a delicadeza de um chute no peito.
Quem já foi meu passageiro? Quem já veio com delicadeza de um chute no peito? Escreve aqui embaixo dizendo o seu nome, quando foi a viagem e o que você anda fazendo agora. Mostre que nos últimos dez anos eu não fui o único que ficou velho.
E os próximos dez começam agora, já estou saindo de casa.
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Ei Thi!!!
Parabéns pelo blog ele é ótimo, sempre leio :)
Fui sua passageira em julho a dois anos atras.
Você, a Simone e o Gu tornaram aquela viagem inesquecível
Hoje estou morando em Toronto!
bjs
Ei Marcella, que bom ver você aqui! ;)
nao perdesse nada da copa meu amigo! parabéns, muita saude e viagens!
Adoreiiiii esse post!Alias adoro o blog!heheh
Obviamente super me identifiquei com as perguntas e respostas sobre ser guia ne? haha
Eh exatamente isso mesmo…
Grande beijo Thiago! sucesso sempre!!!!
ps: adorei sua foto em “resposta” a minha com aqueles objetos que n podem ser identificados, se eh que voce me entende!kkkkkk
Entendo perfeitamente bem! Foto épica! Rs Beijos!
Oi Thiago! Conheço teu blog através do blog do Guilherme (viajandocomeles)!!! Adoro demais os seus posts e o novo layout ficou lindo demais! Parabéns!
Valeu Barbara, o blog do Gui também é ótimo!