Sou um cara de manias, mas manias legais, manias que não valem a tentativa frustrada de disfarçá-las. Ter um melhor café do mundo em cada lugar que vou é uma delas.
Em cada viagem que faço alimento meu TOC sempre que posso. Na lista de prioridades aparecem, com larga margem de distância entre as vontades secundárias, um corte de cabelo em um salão muito badalado ou assustadoramente underground; caminhar, comer e experimentar algo bem local em um mercado central ou feira de rua; e, ainda no topo, torcer para encontrar ali mais um melhor-café-do-mundo.
Porque se você tem um melhor-café-do-mundo sabe assim como eu que um melhor-café-do-mundo não se procura, se acha. É como um tombo que dá certo.
Quando aluguei minha primeira bicicleta em Amsterdã eu sorria e o dia parecia sorrir de volta. Coloquei minha mochila na estrutura de ferro de trás da bicicleta, passei a fita de borracha por cima dela, sentei no banco e pensei: e agora, onde é que freia?
Quem diz não esquecer como se anda de bicicleta deve tomar muito ginkgo biloba: a probabilidade de eu ser atropelado naquela primeira meia-hora era muito maior do que calculou o meu seguro quando comprei a apólice.
Mesmo que a sua dificuldade de parar permaneça, saiba que é em cima de uma bicicleta que percebemos o quanto Amsterdã é maior do que vemos na TV – capital da Holanda, ela é uma das menores grandes cidades do mundo: são três línguas, 130 canais e uma bicicleta para cada dois habitantes. Se eu não soubesse jamais diria que é aqui o lugar onde puta tem seguro desemprego, maconha é apenas um tipo de cigarro e sexo é tão simples que se faz na praça.
Pena que em Amsterdã também chove. Uma cidade com 130 canais, muita bicicleta e um Thiago sobre uma delas deveria permanecer seca, mas não foi isso o que aconteceu: choveu em um dia o que se esperava para os próximos três meses. Não sei se é algo da engenharia da coisa, mas a minha bicicleta já não respondia como antes. Em poucos minutos a cidade foi se transformando em uma enorme manhã de domingo onde tudo se fechava.
Andando completamente molhado pelos cantos de lá, tranquei a bicicleta e entrei no único café que parecia aberto, e assim que passei pela porta um homem me estendeu uma enorme toalha branca. Bedankt, disse eu. Sequei o cabelo e a estendi nas costas.
Tudo era pintado em tons de amarelo e tinha um delicioso cheiro de café que parecia aumentar em sintonia com a chuva lá fora. Sem que eu pedisse, uma moça linda com os cabelos loiros presos em um rabo de cavalo me trouxe uma xícara de café.
Neem je melk?, perguntou ela. Sorry, only English, respondi eu. Do you want some cream?, e, antes que eu respondesse, a chuva parou. Todos olhamos pela janela.
Existem coisas que a gente jamais esquece. Claro que andar de bicicleta não é uma delas.
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desde que fui contemplada com a pane do site da KLM, venho aqui ler tudo que você fala sobre amsterdam. nesse momento, estou pedindo pra são pedro chover e me guiar até esse mesmo café do post. só espero que a loira me traga um chá, pq não bebo café!
beijão
Hahaha, não sabia que você tinha sido contemplada!
Nunca pensei em conhecer Amesterdã, mas depois que lí esse texto delicioso, deu vontade de estar lá e com você. Não resisti, sorry!
Muito legal! Fantástico texto!
Meu melhor café “da vida, do mundo”, por enquanto, foi numa portinha da “Havana” na Praça da Catalunha em Barcelona…
Meus TOCS….rs…deixa pra lá.
Eu amei o cafe em Amsterda e fiquei encantada com as bicicletas adorei o teu comentario !!!!!!
Eu amo você!!! Hahahah!