Fiz o meu primeiro cruzeiro para Islândia em julho desse ano e voltei completamente encantado, que delícia de viagem!
O meu cruzeiro para o Alasca foi igualmente maravilhoso, mas diferente do que eu imaginava o cruzeiro para Islândia é bem diferente: o que eles tem de parecido é o frio moderado, mas tirando isso são viagens bem distintas.
Escrevi esse post explicando os sentimentos e impressões sobre cada aspecto da viagem, assim vocês podem ter um panorama geral de como tudo acontece, do início ao fim.
Um guia completo com a compra das passagens, a escolha dos trechos internos, a compra do cruzeiro, o cruzeiro propriamente dito, os documentos necessários, as portos de parada, os passeios contratados…
Por isso, caso você esteja planejando uma viagem de cruzeiro para Islândia, vale dizer que esse post foi escrito por alguém que embarcou em uma cabine com varanda no navio Prima da Norwegian Cruise Line em Southampton (Inglaterra) e desembarcou em Reykjavik (Islândia) em julho de 2024.
Table of contents
- Como escolher o melhor cruzeiro para Islândia
- Como é viajar no navio Prima para Islândia
- O que fazer nos paradas de um cruzeiro para Islândia
- O que fazer no porto de Bruges, Bélgica
- O que fazer no porto de Amsterdã, Holanda
- O que fazer no porto de Bergen, Noruega
- O que fazer no porto de Geiranger, Noruega
- O que fazer no porto de Alesund, Noruega
- O que fazer no porto de Akureyri, Islândia
- O que fazer no porto de Isafjordur, Islândia
- O que fazer no porto de Reykjavik, Islândia
- Enfim, o que preciso saber sobre um cruzeiro para Islândia?
Como escolher o melhor cruzeiro para Islândia
Eu acho que toda escolha de cruzeiro é baseada em um cruzamento de informações igualmente importantes: tanto as datas, quanto a armadora e os portos de parada devem atender as suas necessidades ou desejos pessoais.
Atualmente, essas são as principais armadoras com itinerários que terminam, começam ou param no porto de Reykjavik:
- Carnival Cruise Line
- Celebrity Cruises
- Holland America Line
- Norwegian Cruise Line
- Princess Cruises
- Royal Caribbean
Quando eu digo que é muito importante que datas, armadora e portos passem pelo crivo do viajante é porque se qualquer uma das pontas desse triângulo deixa a desejar a viagem fica, no mínimo, desinteressante.
As datas são importantes porque algumas armadoras oferecem itinerários em períodos do ano que talvez sejam impossíveis para você – a Norwegian é uma que começa a incluir a Islândia no calendário a partir de abril, mas a Royal só a partir de agosto.
A armadora também é essencial, porque se você curte navio grande, moderno e cheio de gente, a Holland America Line é uma que provavelmente não vai te atender.
Os portos de parada também são igualmente importantes: primeiro porque você tem que se sentir atraído pelas paradas (ou pela falta delas), segundo porque fazer ou não uma parada diz muito sobre o tipo de viagem que será feito.
Explico: se a sua viagem com destino a Islândia passa pela Groenlândia (o que é muito comum, diga-se de passagem) o navio precisa, por motivos técnicos mesmo, ser consideravelmente menor do que esses enorme resorts flutuantes mais novos.
Por isso, leia o meu post sobre Companhias marítimas: quais são e as principais diferença entre elas para entender um pouquinho mais sobre esse universo dos navios, depois faça uma pesquisa on-line ou com o seu agente de viagens e escolha o itinerário que oferece exatamente aquilo que você procura.
+ 21 coisas que eu não sabia sobre cruzeiros
As melhores datas para um cruzeiro para Islândia
Como os cruzeiros que envolvem a Islândia geralmente acontecem durante o verão europeu (além do final da primavera e o início do outono), eu precisava de um itinerário que coincidisse com as férias escolares de julho.
Eu poderia ter procurado em outras armadoras, mas como a Norwegian Cruise Line tinha um itinerário entre os dias 14 e 25 de julho eu não pensei duas vezes, fechei logo com eles.
Isso não só porque gosto da Norwegian, mas porque assim eu conheceria o Prima, que até então era o mais novo navio deles (e porque poderia usufruir dos benefícios que acumulei no programa de fidelidade da Norwegian).
Outra coisa importante: essa data de partida, 14 de julho, bem no meio do mês mais concorrido do verão europeu é bem cômoda porque tenho mais liberdade na escolha das datas do aéreo.
Só que sobre isso prefiro falar em outro subtítulo, onde comento como foi a compra das passagens.
Compra do cruzeiro para Islândia
Bem, o itinerário que escolhi foi esse:
- Navio Prima da Norwegian Cruise Line;
- Saída do porto de Southampton em Londres e desembarque no porto de Reykjavik na Islândia;
- Embarque no dia 14 de julho e desembarque no dia 25 de julho;
- Itinerário com paradas em oito portos: Bruges na Bélgica, Amsterdã na Holanda, Bergen, Geiranger e Alesund na Noruega, Akureyri, Isafjordur e Reykjavik na Islândia.
Eu fiz a compra do cruzeiro diretamente com a Norwegian Cruise Line através do telefone.
Essa forma é bem prática porque não preciso parcelar a compra da viagem no cartão de crédito, posso ir pagando aos poucos até 90 dias antes do embarque.
Caso eu mude de ideia, desista da viagem ou queira fazer outro itinerário, posso cancelar a compra e receber o reembolso completo desde que feito até 90 dias antes do embarque.
Resumindo:
- Se eu ligar para a Norwegian no dia 1o de janeiro e comprar um cruzeiro que zarpa no dia 31 de dezembro do mesmo ano, além de uma entrada (que no meu caso foi de 600 reais), eu tenho até dia 30 de setembro para quitar o cruzeiro.
Isso significa que posso pagar como e quando eu quiser desde que no dia 30 de setembro ele esteja quitado (ou ele será cancelado e o valor pago até então será reembolsado).
Ou seja, eu posso ligar para a Norwegian em um dia qualquer de fevereiro e falar “quero pagar dois mil reais”, aí eles me mandam um link de pagamento no valor de dois mil reais (dividido em até doze vezes)…
Só que aí, em março, eu não ligo, mas em abril ligo e falo “quero pagar mais três mil reais” (também dividido em até doze vezes)… E assim sucessivamente.
Escolha da cabine no cruzeiro para Islândia
Quase toda armadora oferece uma gama bem variada de cabines disponíveis, principalmente quando se trata desses navios grandes que a gente chama de resorts flutuantes (em navios menores e mais luxuosos, a tendência é as cabines seguirem um mesmo padrão).
Eu obviamente prefiro me hospedar em uma cabine com varanda, mas nem sempre dou conta de pagar, porém… Em uma viagem em um destino frio, como Islândia ou Alasca, eu acho essencial escolher uma cabine com varanda.
Claro que mesmo que você pegue uma cabine interna irá curtir a viagem da mesma forma, a diferença é que em um cruzeiro em que o objetivo é ver a natureza, fazer isso de dentro do quarto é mais confortável.
Porém, quero fazer um adendo sobre a diferença entre fazer um cruzeiro para o Alasca e fazer um cruzeiro para a Islândia: independente da cabine escolhida, é mais fácil se embasbacar com as geleiras do Alasca do que com os fiordes da Islândia.
Se no Alasca basta abrir a varanda para se deslumbrar com a paisagem, em um cruzeiro para Islândia é necessário contratar um passeio que te leve ao que ela tem de mais bonito.
E ainda completo com algo mais: para se deslumbrar com o que se vê pela janela em um cruzeiro para Islândia, aproveite a passagem do navio pelos portos noruegueses, principalmente Geiranger.
Compra das passagens para o cruzeiro da Islândia
Bem, vou tentar colocar em palavras o que passou pela minha cabeça quando comprei as passagens, assim você pode tentar repetir o processo você também.
Primeiro preciso lembrá-lo que escolhi um roteiro que embarca em um porto e desembarca em outro, no caso Southampton na Inglaterra e Reykjavik na Islândia.
Isso significa que, o que eu precisava fazer primeiro, era desenhar os trechos aéreos necessários:
- Eu precisava chegar em Londres e sair de Reykjavik, ou seja, fazer Belo Horizonte-Londres e depois Reykjavik-Belo Horizonte.
Isso chama “viagem multidestinos”, ou “múltiplos destinos”, “múltiplos trechos”, “várias cidades”…
Enfim, cada companhia aérea tem um nome diferente, mas isso nada mais é do que uma ida e volta envolvendo cidades diferentes.
O problema é que Belo Horizonte não é São Paulo e Reykjavik não é Londres, então essas viagens geralmente ficam bem caras do que uma simples “ida e volta” qualquer.
Bem, pensei que fazer uma viagem multidestinos de British seria o mais lógico, mas as opções eram caríssimas e com longas conexões, por isso comprei uma ida e vota Belo Horizonte-Londres de Tap.
Claro que eu precisaria comprar um trecho interno para chegar em Londres depois que o navio me deixasse em Reykjavik, mas financeiramente valeu a pena – e foi uma viagem muito mais confortável também, como menos conexões e ótimos horários.
Atualização: esqueci de lembrar da importância de se chegar pelo menos duas noites antes do embarque no navio, assim você elimina ou diminui as chances de perdê-lo por causa de um voo atrasado ou cancelado.
Compra dos trechos internos
Recapitulando:
- Eu comprei um voo ida e volta da Tap que me faria chegar em Londres (porém, problema número um, o navio sairia de Southampton);
- Depois eu pegaria o voo reverso e sairia de Londres para chegar no Brasil (porém, problema número dois, eu já estaria em Reykjavik).
Ou seja, eu precisava primeiro chegar em Southampton saindo de Londres e depois chegar em Londres saindo de Reykjavik, certo?
Para o problema número um eu optei por comprar uma passagem de trem de Londres para Southampton, por isso decidi me hospedar em um hotel bem próximo da estação Waterloo, de onde sairia o trem.
Eu comprei essa passagem pelo aplicativo Trainline, aliás esse aplicativo é uma ótima dica para quem está indo para a Europa.
Além de ser muito prático concentrar seus tíquetes todos em um aplicativo só, tinha passagem a partir de 14 dólares a depender do horário de partida do trem – mas você precisa escolher um horário de partida que combine com o seu horário de check-in no navio, é claro.
A estação central de trens de Southampton fica a dez minutos de caminhada do navio, é bem simples: basta puxar a mala e seguir o povo.
Já o problema número dois eu resolvi comprando uma passagem de avião de Reykjavik para Londres com a Icelandair – e eu amei voar com essa companhia, fica a dica.
Optei por viajar de executiva e paguei 300 dólares na passagem, mas tinha passagem no mesmo voo com mala despachada por 150 dólares.
Lembrando que o navio desembarcou em Reykjavik às sete da manhã e eu peguei o voo às quatro da tarde, o que foi um erro de cálculo terrível – eu deveria ter pegado o voo do meio-dia, até porque às oito da manhã eu já estava no aeroporto.
Documentos necessários em um cruzeiro para Islândia
Quando fiz minha viagem, em julho de 2024, o Reino Unido ainda não tinha instaurado o ETA, por isso não precisei de nenhum documento como visto ou autorização de entrada, apenas meu passaporte brasileiro.
O ETA, ou Autorização Eletrônica de Viagem, é um documento obrigatório para brasileiros de todas as idades ingressando no Reino Unido.
Ele custa 10 libras é válido por dois anos (desde que você não mude de passaporte).
Ah, tem uma questão interessante aqui que vale ser mencionada: é obrigatório fazer imigração na Islândia, a diferença é que a imigração vem até você dentro do navio.
Assim que o navio chega no primeiro porto da Islândia, os agentes de imigração entram no navio e você tem que entrar em uma fila para mostrar seu passaporte para eles.
Só que isso não tem muita pressa não: eles ficam por pelo menos um dia ali, então você eventualmente encontrará com eles comendo e passeando pelo navio.
Eu, por exemplo, optei por descer em Akureyri, pegar o meu passeio contratado sem pressa e fazer a imigração depois, no fim do dia.
O que você não pode é sair do navio depois que os agentes de imigração já foram embora, porque você pode ter problemas ao sair do país quando for a sua hora de ir para o aeroporto.
Outra coisa importante é que é essencial viajar com um seguro de viagem quando se trata de Europa.
Eu já falei sobre isso aqui, sugiro que você leia!
Como é viajar no navio Prima para Islândia
Eu viajei para Islândia no NCL Prima, o até então maior e mais novo navio da Norwegian Cruise Line.
Se eu tivesse escolhido um itinerário que incluísse a Groenlândia o cruzeiro teria sido no NCL Star, um navio bem menor e mais antigo – o tamanho do navio é uma limitação estrutural do porto ou do mar pela qual ele passa.
Bem, eu conhecia muito bem o NCL Bliss porque foi nele que fiz o meu cruzeiro para o Alasca, mas o Prima, que inaugurou uma nova classe de navios, é completamente diferente!
Então, eu acho que você deveria ler o meu post sobre o Alasca porque é impossível falar sobre o Prima sem compará-lo com o Bliss, mas o ponto central é que apesar do Prima ser igualmente lindo, o que ele tem de diferente é a quantidade de coisas a bordo.
Ter muito mais coisas a bordo (não só restaurantes, mas outro espaços também) em um navio que não é tão diferente em tamanho faz com que a gente tenha a sensação de reaproveitamento de espaço, sabe?
Claro que, se esse o Prima é o primeiro navio que você entra, tudo vai ser absurdamente grande!
O buffet do Prima, por exemplo, eu achei pequeno. Juro.
Isso porque decidiram diminuir o buffet para criar a praça de alimentação Indulgence, então quando comparo com o Bliss o que eu vejo é uma coisa dividida em duas e não a adição de uma grande novidade.
O spa eu achei lindo (aliás, belíssimo trabalho de aproveitamento de espaço), mas ele é bem menor do que o do Bliss.
Um dos restaurantes novos, o japonês Nama Sushi & Sashimi, é bem pequeno – mas é lindo como todos os outros, e é sim mais um restaurante a bordo, então muita gente vai amar.
Por outro lado, a academia é maior e mais imponente, mas o Observation Lounge, que é um dos pontos altos do Bliss, ficou com o pé direito bem mais baixo.
Vou falar mais sobre cada um desses espaços em um novo subtítulo.
Como é a cabine do NCL Prima
Eu escolhi uma cabine com varanda na região central no lado esquerdo no nono deck – e absolutamente todas essas informações influenciam na sua experiência de viagem.
A cabine com varanda influencia no conforto, tamanho e comodidade, mas estar na posição central, para mim, é a melhor escolha, assim eu sempre estarei em distâncias iguais de tudo que o navio oferece.
Estar no nono deck também é ótimo, porque assim eu fico a um lance de escadas (dois na verdade) do deck número oito, onde fica a Ocean Boulevard e o topo do Atrium, que é o lobby do navio.
Estar do lado esquerdo do navio, ou “starside”, significa que sempre (ou pelo menos na maior parte das vezes) eu estarei de costas para o porto quando o navio estiver atracado.
Eu prefiro, é claro, “portside”, porque assim sempre que o navio estiver atracado basta abrir a varanda para estar sobre o porto, mas não tinham cabines disponíveis no “portside” ou elas estavam mais caras.
Enfim, eu que gosto tanto do NCL Bliss, confesso que a cabine do NCL Prima é uma evolução: ela é espaçosa, clara, elegante…
Duas pessoas fazem uma viagem de dez dias muito confortáveis ali.
Eu postei um reels mostrando a cabine em detalhes.
Como é a comida do navio NCL Prima
Eu adoro a comida da Norwegian Cruise Line e com o NCL Prima não foi diferente: todas as experiências que tive foram acima da média, tanto nos restaurantes inclusos quanto nos restaurantes de especialidades.
Entretanto eu notei uma diferença entre o Prima na Islândia e o Bliss no Alasca: no Prima não serviram lagosta e camarão no buffet, o que aconteceu mais de uma vez no buffet do Bliss.
Não sei se isso é algo em função do itinerário, acredito que seja, mas eu obviamente esperei pela noite da lagosta e não aconteceu – camarão até que teve, mas como ingrediente e não como prato principal; ou então como entrada, aquele “shrimp cocktail” que americano adora, mas não me pega.
São cinco os restaurantes inclusos:
- O buffet Surfside Café & Grill,
- A praça de alimentação Indulgence,
- O pub inglês The Local Bar & Grill,
- Os restaurantes a la carte Hudson’s e The Commodore Room.
O Surfside Café & Grill é o mais frequentado porque é gostoso, democrático e funciona durante as três principais refeições do dia; além de ter o “grill” que abre meia-hora antes e fecha meia-hora depois só com hambúrgueres e cachorro-quente.
O Indulgence é a grande novidade da classe Prima, mas eu não gostei tanto. Tem comida latino-americana, indiana, italiana… Mas, não sei, não me pegou (e olha que o ambiente é lindo).
Essa praça de alimentação também funciona durante as três refeições do dia e foi feito para “concorrer” com o buffet, a diferença é que a gente faz o pedido pelos tablets na mesa e o garçom traz até a gente.
O The Local Bar & Grill é uma delícia de lugar, uma mistura de pub inglês com sports bar americano. O único que funciona entre o fim do jantar e o horário limite de três da manhã (depois disso, entre três e seis da manhã, só room service).
O Hudson’s e o The Commodore Room são provavelmente os dois maiores e mais lindos restaurantes do navio, mas a existência deles ali é para desafogar o buffet com uma experiência mais “chique” e a la carte, mas o menu é basicamente o mesmo todos os dias (já o do buffet sempre rotaciona).
Os restaurantes de especialidades são oito no total, e tem de tudo: comida mexicana, italiana, francesa, japonesa, churrascaria…
São restaurantes pagos a parte, mas quando a gente compra um cruzeiro Norwegian Cruise Line existem várias promoções que incluem pelo menos um de forma gratuita.
Eu tive dois restaurantes de especialidades inclusos na minha viagem e optei por dois que eu já conhecia do Bliss: o teppan Hasuki e o francês Le Bistro.
O Hasuki é um daqueles restaurantes onde o garçon prepara o alimento em uma chapa quente na mesa do cliente. Eu adoro a experiência, sempre peço camarão e filé.
Já o francês Le Bistro eu não abro mão porque é onde consigo comer um escargot delicioso (sim, eu amo escargot) sem ter que morrer numa nota preta.
Como é o entretenimento do NCL Prima
Quando alguém fala em entretenimento de navio eu confesso que penso logo na peça principal, e na temporada de julho de 2024 o musical em cartaz era Summer: The Donna Summer Musical.
Olha, eu não gostei muito do musical não viu…
E nem foi pelo fato de não gostar de musicais porque eu amo amo musicais, foi pelo fato de ter achado a produção um pouco pobre demais.
Os artistas, que contam a história da cantora Donna Summer em três momentos de sua vida, são ótimos, eles seguram no talento e na voz, mas eu acho que poderiam ter colocado um pouco mais de dinheiro nessa área do navio (nas roupas, no palco…).
Eu também achei o mágico, que fez algumas apresentações em diferentes espaços do navio (inclusive no teatro principal) bem abaixo da média…
O que eu gostei foram as apresentações musicais, todas: as do lobby, do clube de comédia, do bar…
Não teve nenhuma que eu não tenha gostado, inclusive a caribenha que cantava Daniela Mercury o tempo todo!
O que fazer no NCL Prima em alto mar
A gente sempre acha que os dias serão muito longos, principalmente aqueles inteiramente no mar, mas eu nunca fui dormir com aquela sensação de “excesso de tempo” no dia.
Na verdade, dessa vez eu nem paguei pelo acesso ao spa e ainda assim afirmo que os dias são curtos mesmo sem ter tido uma viagem com momentos de ócio no spa ou na piscina.
Cara, nessa viagem, nem na piscina eu entrei!
E olha que quem navega pelo Atlântico Norte em julho só vê o sol se por de madrugada, depois das duas da manhã (e com menos de duas horas de “noite” por dia, os dias parecem emendar um no outro).
Bem, os meus dias “at sea” incluem as três refeições do dia fora do quarto, e café da manhã, almoço e jantar levam pelo menos uma hora cada – eu sempre sirvo pouca comida para conseguir experimentar de tudo um pouco e nunca misturo comidas diferentes no mesmo prato.
Ah, isso sem contar com uma provável quarta refeição ao longo do dia, provavelmente o tradicional hambúrguer da madrugada no The Local.
Outra coisa que sempre faço é fazer musculação ou corrida, isso quando não faço ambos em diferentes momentos do dia.
Bem, continuando: eu completo a trinca do comer e malhar com passear pelo navio.
Passear pelo navio navegando em alto mar é algo que demanda muito tempo, a gente começar a filmar e tirar fotos e quando vê já se passaram duas horas (se o céu estiver azul então, ixi…).
Por último, a quarta coisa que demanda tempo é participar das atividades do navio que são anunciadas em uma edição impressa do informativo que você recebe na noite anterior.
De bingo a karaokê tem sempre uma coisa acontecendo – basta circular os horários das atividades que você pretende participar e fazer a sua própria agenda do dia.
A noite, como programação pós jantar, tem sempre muita música, balada, apresentação de bandas, do entretenimento do navio…
Existem também alguns espaços que encantam a uns mais do que a outros… Tipo o kart que muita gente ama, mas dessa vez eu não subi ali nem para conhecer.
Nem me refiro a Ocean Boulevard que é a área mais democrática do NCL Prima, mas o Observation Lounge que é mais sereno e contemplativo, o fliperama que entretem os mais novos, o cassino para quem curte…
O espaço que eu geralmente curto mais é o Atrium, que é como a gente chama o lobby do navio.
Sou do tipo que gosta da sociabilidade do lobby, que é onde geralmente acontecem as brincadeiras mais informais, com bate-papo ou apresentações musicais mais interativas.
O que fazer nos paradas de um cruzeiro para Islândia
Eu gostei muito da rota do Prima que sai de Southampton, na Inglaterra, e termina a viagem em Reykjavik, na Islândia.
Foram oito portos diferentes ao longo da viagem:
- Bruges na Bélgica
- Amsterdã na Holanda
- Bergen na Noruega
- Geiranger na Noruega
- Alesund na Noruega
- Akureyri na Islândia
- Isafjordur na Islândia
- Reykjavik na Islândia (pernoite)
O navio faz o roteiro inverso também, ou seja, assim que ele bate em Reykjavik ele já volta em direção ao Southampton – só que aí não tem pernoite, então é possível que ele faça uma quarta parada na Noruega, geralmente em Flam ou Maloy.
Olha, eu achei bem cômodo começar a viagem em Londres e terminar na Islândia, assim deixei o mais inusitado por último, foi como fechar com “chave de ouro”.
O problema de fazer o itinerário inverso é que a tendência é terminar a viagem cansado e sem dinheiro, então prefiro ter duas noites em uma grande metrópole, como Londres, no início da viagem e não no fim.
Vou contar tudo que fiz em cada um dos portos que serviram como paradas do cruzeiro para Islândia: os portos que conheci por conta própria, os portos onde contratei passeios através do navio e os portos onde contratei passeios de terceiros.
Lembrando que, caso você queira contratar um passeio ou city tour, sugiro fazer isso pelo Get Your Guide que é incrivelmente mais barato do que fazer pelo navio.
De maneira geral, a gente só fecha passeio pelo navio quando o porto é difícil, distante ou se a parada é muito curta e isso te faz ter medo de perder o navio.
No mais, é Get Your Guide na cabeça – até porque assim você concentrar todos os passes, entradas e ingressos em um aplicativo só.
O que fazer no porto de Bruges, Bélgica
Bruges é uma delícia de cidade, parece uma vila medieval, mas o que você vai conhecer ali é o centro histórico – e ele é bem pequeno, você consegue desbravá-lo sozinho por conta própria sem nenhuma dificuldade.
O problema é que o navio não atraca exatamente em Bruges, mas em Zeebrugge, a cidade do porto, e de Uber o trajeto entre o porto e a cidade leva uns 30 minutos e custa aproximadamente 50 euros.
É por isso que, apesar de não ser necessário contratar um passeio para conhecer Bruges, muita gente contrata o city tour mais barato oferecido pelo navio só para usar o transfer de ida e volta.
Se você curte um city tour e se diferente da Norwegian a sua armadora oferece um transfer gratuito para Bruges, vou deixar aqui umas dicas de passeios que eu contrataria através da Get Your Guide:
- City tour caminhando de 2h30 com voltinha de barco no canal
- Workshop de waffle belga com degustação de cerveja
O que fazer no porto de Amsterdã, Holanda
O porto de Amsterdã fica atrás da estação central, no coração da cidade, mas para sair dali caminhando tem que dar uma volta chata, longa e desnecessária.
Por isso que, principalmente para quem tem pouco tempo na cidade, vale mais chamar um Uber e descer na Dam, assim você já economiza meia-hora do seu dia.
Enfim, eu já conhecia Amsterdã de outras viagens então eu basicamente fiquei por conta de andar por uns lugares legais que queria rever e levar minha mãe em umas lojas que ela queria conhecer.
Você pode fazer o mesmo sem ajuda de ninguém, basta pesquisar o que você pretende conhecer e fazer um mapinha para se guiar.
Ou então você escolhe uma ou outra atração para visitar, como a Heineken Experience ou um dos museus mais famosos, como Van Gogh e Rijksmuseum.
- Workshop do legítimo stroopwafel holandês
- Passeio de barco pelos canais
- Passeio de barco pelos canais com degustação de queijo e vinhos
- City tour caminhando pela região central
O que fazer no porto de Bergen, Noruega
Bergen é uma delícia de cidade, cercada por sete montanhas – acho que começar por ela foi uma forma muito gostosa de conhecer a Noruega!
Bergen tem um cais muito famoso que chama Bryggen, e a melhor dica para quem está indo pela primeira vez em Bergen é bater perna por Bryggen: visitar o mercado de peixes, comer no mercado de peixes, passear pelas barraquinhas de rua, comer nas barraquinhas de rua…
Gente, comer é Bergen é obrigatório!
Pelo menos um fruto do mar na feirinha e uma pastry no mercado de peixes, como a famosa skolebrød que eu não sei como que americano não copiou até hoje…
Bem, a segunda melhor dica é pegar o funicular e subir em uma dessas sete montanhas que protegem a cidade – você compra o ingresso on-line ali mesmo, enquanto espera na fila do embarque, não precisa comprar com antecedência.
Lá em cima você precisa tomar o sorvete de casquinha com toppings diversos, mas eu acho mais interessante comer comida de verdade no mercado de peixes ou na feirinha lá embaixo.
E como eu já disse até aqui, não faz sentido contratar nenhum tipo de passeio em Bergen – até porque você faz tudo caminhando, inclusive sair do navio; são só dez minutos de caminhada entre o porto e Bryggen.
Agora, se você já conhece Bergen ou se topa perder a cidade para fazer um passeio diferente e longe dali (ou se você tem tempo de fazer ambas as coisas), a dica é pegar um barco e ver uma cachoeira norueguesa de perto.
O que fazer no porto de Geiranger, Noruega
Geiranger tem uma pegada completamente diferente de Bergen porque não é uma cidade, mas um povoado com menos de trezentos habitantes – e você já sai do navio literalmente dentro de um fiorde.
Sério, descer em Geiranger é uma das sensações mais gostosas que já tive, é muito louco ver aquele navio imenso parado ali, numa passarela de madeira!
É completamente desnecessário fazer um desses passeios de barco como sugeri em Bergen, até porque você já estará dentro do fiorde e irá sair por ele, então seria como pagar para sair de um barco e entrar em outro.
Por isso digo que, ali, faz mais sentido contratar o único passeio em terra disponível, que é subir no Dalsnibba.
Até porque, se o pé do fiorde é lindo, por que não subi-lo?
Eu contratei esse passeio por fora porque o mesmo passeio custava o dobro no navio; e Geiranger é uma vila onde tudo gira em torno dos cruzeiros parados ali, não faz o menor sentido pagar o preço da Norwegian.
Então, nesse passeio a gente sobe primeiro até a metade do caminho e para em Flydalsjuvet, depois sobe ainda mais até chegar em Dalsnibba.
Na volta você para no lago que até então a gente só tinha visto pela janela e em outro observatório perto dali, Eagle Bend.
No final do dia, antes de entrar no navio, não deixe de ir até o camping onde os motorhomes ficam estacionados e tire umas fotos bem lindas do navio (ou então, pule na água do fiorde!).
O que fazer no porto de Alesund, Noruega
Alesund é outra cidade linda da Noruega, e é um desses portos bem práticos para quem quer economizar na contratação de passeios – em Alesund você consegue só sair do navio e bater perna, sem amarras e sem horários previamente agendados.
Saindo do navio, eu sugiro três passeios a pé – e você provavelmente terá tempo de fazer todos eles:
- Caminhar em direção a Kongens Gate, o quarteirão mais charmoso da rua principal do centro histórico (eu comi muito bem no italiano 5 Minuti);
- Ou então você caminha na direção contrária e escolhe almoçar no charmoso, porém razoavelmente caro, Apotekergata No. 5;
- Chegar no Byparken e subir os não-sei-quantos degraus até o topo do Aksla (é gratuito, você só gasta panturrilha).
Então, eu aproveitei meu dia em Alesund para economizar nos extras e para bater perna sem pressa, sem horários…
Aproveitei também para entrar em supermercados e comprar meus chocolates em paz (chocolate norueguês é gostoso demais, comece pelo Freia), ver as prateleiras, as marcas…
Eu sou meio fissurado em turismo de supermercado rs!
O que fazer no porto de Akureyri, Islândia
Olha, vou te dizer algo sobre os portos da Islândia que você talvez não tenha escutado até agora: eles não são bonitos.
Eu realmente sugiro que você tire o escorpião do bolso e encare passeios contratados em todos eles, porque descer do navio em Akureyri ou Isafjordur, sem nenhum passeio contratado, é pedir para voltar dizendo que não gostou da Islândia.
E olha que, nesse quesito, Akureyri é ainda melhor do que Isafjordur.
Isso porque Akureyri pelo menos tem uma rua, uma igreja e um coração de metal para você tirar uma foto com o céu nublado em cima, mas Isafjordur nem isso tem.
Por isso, seja através do navio ou através do Get Your Guide, você precisa contratar um passeio e sair dali – lembrando que a gente só fecha passeio pelo navio quando o porto é difícil, longe, se a parada é muito curta ou se os horários não batem.
Enfim, sobre o passeio de Akureyri decidi fazer o mais tradicional possível e voltei com aquela sensação gostosa de ter feito uma ótima escolha: conhecer a Godafoss, a cachoeira dos deuses.
Godafoss é uma das cachoeiras mais famosas da Islândia, recebeu esse nome quando o cristianismo chegou na Europa do Norte varrendo os deuses antigos para o fundo dos rios.
Ela é linda, e esse passeio que fiz foi criado com foco nos cruzeiros: ele sai do porto, dura menos de três horas e volta de olho no cronograma do navio.
O que fazer no porto de Isafjordur, Islândia
Eu achei Isafjordur insalubre. Eu jamais teria saído do Brasil para conhecer aquilo ali.
Por isso, aqui vai o mesmo conselho de Akureyri: tire o escorpião do bolso, não escolha os portos da Islândia para economizar em passeios contratados.
E como eu já tinha aprendido a lição em Akureyri, nos minutos finais de funcionamento do balcão de excursões da Norwegian no dia anterior a chegada em Isafjordur eu consegui as duas últimas vagas para um passeio em Vigur Island.
Escolhi um passeio caro (não lembro quanto, mas pouco mais de 200 dólares por pessoa) para conhecer um santuário de pássaros onde vivem apenas duas pessoas, marido e mulher.
Às vezes a sogra dele aparece com o cunhado, aí são quatro pessoas em uma ilha que parece um bat-esconderijo.
Gente, é caro, mas é um passeio incrível – e não tem no Get Your Guide.
Você chega na ilha com aquela sensação de ter chegado no fim do mundo, um lugar maravilhoso (e frio, venta muito) onde vivem milhares de puffin birds (ou papagaios do mar, o pássaro símbolo da Islândia).
E mais incrível do que ver os puffin birds é atravessar a ilha segurando um pedaço de madeira para não ser atacado pelos pássaros que protegem os puffin birds!
Ah, quase me esqueço: antes de voltar para o barco a gente come um pedaço de torta de ruibarbo, uma hortaliça islandesa. É bem gostosa a torta!
Enfim, foi isso que eu fiz, mas se você quiser um passeio mais em conta, o Get Your Guide tem um boat tour que passa por algumas cachoeiras famosas de Isafjordur.
O que fazer no porto de Reykjavik, Islândia
Mesmo sendo cidade grande e capital da Islândia, eu também optei por contratar um passeio em Reykjavik.
Vale dizer que como a caminhada entre o porto e a cidade leva uma hora, não é errado dizer que para sair do navio ou você contrata um passeio ou pega um táxi.
Ah, não tem Uber na Islândia, mas os taxistas são confiáveis e falam inglês.
Outra coisa que vale dizer sobre passear por conta própria em Reykjavik: eu, que tive duas horas livre na cidade depois que cheguei do meu passeio, descobri que conheci exatamente as mesmas coisas que uma família que pagou uma nota por um city tour privado de seis horas.
Enfim, eu fiz o mesmo que 10 em cada 10 pessoas que vão a Reykjavik pela primeira vez escolhem fazer: conhecer a Blue Lagoon.
Existem três formas de conhecer a Blue Lagoon, que fica a mais ou menos uma hora de distância da cidade, pertinho do aeroporto:
- Ou você contrata o passeio do navio já com o transfer incluso (e gasta uma fortuna, mas não terá nenhum outro gasto ou dor de cabeça com transporte porque essa é a única opção que começa e termina no navio);
- Ou você contrata o pacote transfer com entrada da própria Blue Lagoon, mas prepare-se para chegar até o ponto de saída do transfer;
- Ou você compra só o ingresso da Blue Lagoon porque está de carro alugado ou porque tem algum amigo na cidade.
Confesso que, depois do perrengue que passei, o que eu queria mesmo era ter contratado o pacote do navio com entrada e transfer inclusos, mas, não dá… É absurda a diferença de preço, coisa de três vezes mais!
Olha, vamos combinar o seguinte: em breve irei postar um texto bem completo sobre a Blue Lagoon contando a dor de cabeça que foi para tentar fazer com que você não passe o mesmo perrengue que eu, assim não preciso colocar tudo aqui, ok?
Uma dica final antes de encerrar o post: no último dia de viagem, caso você esteja indo do navio direto para o aeroporto, para até duas pessoas vale contratar o transfer do navio.
Se você está viajando num grupo de três pessoas ou mais, tenho outras duas dicas:
- Contratar um transfer de acordo com o número de pessoas (confira essa alternativa também);
- Contratar um passeio do navio que termine no aeroporto, provavelmente fazendo um bem-bolado com uma vista ao museu Perlan.
Agora, se você pretende ficar mais em Reykjavik, clique aqui para ver uma lista de sugestões bem localizadas de onde ficar.
Enfim, o que preciso saber sobre um cruzeiro para Islândia?
Antes de planejar, escolher e comprar o seu cruzeiro para Islândia, é importante que você faça uma escolha criteriosa da rota, do navio e do que você pretende fazer em cada parada.
Lembre-se que absolutamente todas as variáveis envolvidas nas primeiras escolhas da viagem irão ditar como será a experiência final: a escolha da cabine (inclusive a estrutura que ela oferece e a sua localização no navio), dos portos, da armadora… Tudo!
É importante saber também que a maior parte das paisagens deslumbrantes serão vistas na Noruega e não na Islândia – aliás, para ver as paisagens deslumbrantes da Islândia não basta estar no navio, é importante contratar passeios que te levem até elas.
Por último, uma dica que não dei até agora: leve roupa de frio, mas não se preocupe com temperaturas extremas – vale mais se proteger da chuva e do vento em passeios que envolvem água.
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[…] Eu já falei muito sobre a Norwegian quando escrevi sobre meu cruzeiro no Alasca e meu cruzeiro na Islândia. […]