Quando a gente começa e entender um pouco mais sobre o mundo das armadoras, que é como são chamadas as companhias marítimas de cruzeiros, a gente percebe o quanto esse mercado é grande.

Isso porque, diferente das companhias aéreas, que oferecem viagens cada vez mais simples e padronizadas, o mundo dos cruzeiros é tão vasto que, mesmo que você já tenha feito duas ou três viagens, é impossível ter a real dimensão do mundo de possibilidades que os cruzeiros oferecem.

Esse post é uma forma de tentar transmitir um pouquinho do que cada uma das maiores armadoras oferecem: que tipo de público atendem, que tipo de produto vendem e que tipo de navio elas têm no mercado.

Assim você poderá fazer escolhas mais assertivas, ou começar a fazer pesquisas um pouco mais de embasamento, sem misturar alhos e bugalhos.

Lista com as maiores companhias de cruzeiros do mundo

Quando a gente pensa em cruzeiro a primeira imagem que vem à mente são aqueles enormes resorts flutuantes com tudo incluso, mas nem sempre é assim.

Como o mercado é muito grande e ele atende públicos muito distintos, a categoria “resorts flutuantes” é só uma dentre várias disponíveis.

Atualmente, essas são as maiores companhias marítimas atuando no mercado (mas nem todas embarcam ou desembarcam em portos brasileiros):

  • Carnival Cruise Line
  • Celebrity Cruises
  • Costa Cruises
  • Disney Cruise Line
  • Holland America Line
  • MSC Cruises
  • Norwegian Cruise Line
  • Princess Cruises
  • Royal Caribbean International
  • Virgin Voyages

Vou comentar um pouquinho sobre cada uma delas sem o intuito de destrinchar nenhuma – até porque, apesar de já ter feito alguns cruzeiros na vida, dessas todas eu só viajei em três: Disney Cruise Line, Royal Caribbean e Norwegian Cruise Line.

Meu objetivo é falar sobre elas partindo de como elas se posicionam no mercado, o público-alvo e o tipo de navio e itinerário que elas oferecem.

Essa é a categoria mais conhecida até porque eles são exatamente isso: resorts flutuantes.

Em um navio com cerca de 5 mil pessoas a bordo (às vezes mais, às vezes menos), armadoras conseguem aplicar valores competitivos e atender clientes de todas as idades e com diferentes interesses em uma mesma viagem.

O serviço geralmente é muito bom, ele só não excede o nível de atenção e detalhe como nos cruzeiros de luxo que atendem uma quantidade menores de clientes.

O Norwegian Prima navegando no Atlântico Norte (divulgação)

Agora, com relação à comida, cruzeiros mainstream geralmente oferecem pelo menos um buffet e outros restaurantes a la carte inclusos na tarifa, mas é comum oferecerem restaurantes “especialidades” também, que não raro são pagos à parte.

Outro ponto comum em cruzeiros mainstream é que além de entretenimento com espetáculos conhecidos, eles também oferecem atrações de parques, como simulador de ondas, simulador de voos, patinação no gelo…

Enfim, um cruzeiro mainstream é a melhor forma de se dar bem na hora de escolher o seu primeiro cruzeiro – você só precisa ir naquela armadora que combina mais com você (e isso você descobre lendo o que escrevi sobre elas a seguir).

Carnival Cruise Line praticamente inventou a categoria “resort flutuante” e é, atualmente, a maior armadora do mundo com absurdos 27 navios em sua frota – e esse número cresce à medida que o tempo passa.

Com um lema que combina bem com a pegada a bordo, “choose fun”, Carnival tem um público bem específico onde tudo é superlativo: grupos de amigos, viagens em família, despedidas de solteiro…

Outra coisa que vale mencionar: os preços.

Geralmente, quando comparados com outras armadoras dessa lista, os preços da Carnival são mais baixos, não só das viagens, mas de tudo que é pago a bordo também.

Carnival tem navios enormes e muitos itinerários no Caribe, pelos quais ela é referência.

O antigo, icônico e já aposentado Carnival Imagination (divulgação)

Norwegian Cruise Line se especializou em ser uma armadora para todos os públicos, e ela tem feito isso com uma variedade enorme de restaurantes, atividades a bordo e atrações em alto-mar como pista de kart, toboáguas…

Eu adoro a Norwegian porque sou apaixonado pelos navios mais novos e pela gastronomia, acho que eles entregam muito e de forma muito despretenciosa com esse esquema “freestyle” que não requer reserva antecipada.

Diferente da Carnival, Norwegian flerta menos com a “diversão” a bordo e mais com a experiência completa, a gente nem tem aquela sensação de ser mais entre 5 mil pessoas a bordo.

Eu já falei muito sobre a Norwegian quando escrevi sobre meu cruzeiro no Alasca e meu cruzeiro na Islândia.

Eu acho que fecho agora a trinca mais famosa de cruzeiros mainstream com a Royal Caribbean, que junto com Norwegian e Carnival tem as maiores embarcações, para os públicos mais variados e com a maior quantidade de navios disponíveis.

Se a Norwegian é mais famosa pela gastronomia e a Carnival pela diversão a bordo, a Royal é famosa pelos navios propriamente ditos – ela tem os maiores do mundo.

As atrações a bordo mais inusitadas geralmente estão em navios Royal Caribbean – se você acha que encontrar pista de kart nos navios da Norwegian já é um absurdo, os navios da Royal tem rinque de patinação no gelo, simulador de ondas, indoor skydiving, tirolesa…

Eles sempre vão além, é só esperar o próximo lançamento.

O premiado Utopia of The Seas iluminado é um show à parte! (divulgação)

Antes de continuar a lista, fiquei aqui pensando em uma forma de diferenciar Carnival, Royal e Norwegian.

Bem, vamos lá (estou sendo generalista, e isso nem sempre funciona): Carnival é mais barata, mais jovem e mais da farra; Norwegian é mais chique, mas gosta de ser jovem; Royal é um mix de ambas as coisas, mas com um pé na megalomania.

Costa Cruises é a maior armadora da Europa, mas aqui ela é mais conhecida pelos seus itinerários na costa brasileira que são bem comuns.

Os navios que fazem itinerários no Brasil são os menores e mais antigos da classe Concordia; os maiores e mais novos, como o Costa Smeralda, fazem itinerários no mediterrâneo.

O Costa Smeralda e o Costa Toscana são enormes e mais modernos (adendo importante aqui: diferente do público, que geralmente é mais velho) com uma forte pegada italiana na decoração, gastronomia e atividades a bordo.

Quando viajei de Disney Cruise Line pela primeira vez e escrevi sobre ele, lembro que chamei aquela experiência de “o quinto parque”, e é basicamente isso: a mesma experiência que a Disney entrega nos parques, só que no mar.

Os navios são enormes, encontros com personagens o tempo todo, noites temáticas, um esquema inédito de rotação nos restaurantes disponíveis…

Mas, obviamente, é um cruzeiro Disney – e você precisa ter espírito Disney para curti-lo.

E você precisa ter espírito Disney para pagar por ele, caso contrário não faz sentido arcar com o diferencial Disney sendo que existe uma Norwegian cobrando muito menos.

Disney Treasure faz sua viagem inaugural antes do Natal de 2024 (divulgação)

Virgin Voyages é uma companhia marítima relativamente nova e com uma proposta, embora não inédita, diferente: ela é adults-only.

Só que dizer “adults-only” pode passar uma ideia de 20 e tantos ou 30 e poucos anos, mas o que a gente tem visto na verdade é que ela está mais para 40 e tantos e 50 e poucos.

Os navios são bem bonitos e minimalistas, o entretenimento usa e abusa de baladas e música ao vivo e a comida tem sido muito elogiada (e isso tudo sem crianças a bordo).

Aliás, é um dos poucos cruzeiros sem buffet e sem restaurantes não-inclusos: todos os restaurantes disponíveis são “especialidades” (com um tema ou tipo de cozinha específico), e nenhum possui cobrança extra.

Scarlet Lady, o primeiro navio da Virgin Voyages (divulgação)

Aliás, posso estar errado, mas acho que não existem gorjetas também não – e isso é bem raro na indústria.

Por último, MSC Cruises que é a terceira maior armadora do mundo, atrás apenas de Carnival e Royal Caribbean.

Queridinha dos brasileiros, MSC oferece muitas, mas muitas saídas dos portos brasileiros todos os anos.

Aliás, MSC é uma das poucas armadoras estrangeiras que vem ao Brasil com navios relativamente novos, como o MSC Grandiosa.

Em 2025 eles inauguram, saindo de Miami e partindo para o Caribe, o novo MSC World America que pretende bater de frente com esse conceito superlativo da Royal Caribbean – vai ter até um Eataly flutuante!

Os maiores cruzeiros do mundo: MSC Europa
O enorme MSC World Europa, o primeiro da classe “World” (divulgação)

Cruzeiros de luxo: menos passageiros, todo tipo de roteiro

Para falar sobre cruzeiros de luxo a gente precisa primeiro definir o que é luxo (ou então a gente não vai sair do porto).

Digo isso porque toda armadora oferece algum tipo de luxo em todas as suas categorias disponíveis, inclusive em seus “resorts flutuantes”.

Viajando de Disney Cruise Line ou de Norwegian Cruise Line, que são duas companhias marítimas mainstream, você tem a opção de pagar por exclusividade e ter acesso a áreas, espaços, atrações e restaurantes exclusivos.

Inclusive, existem nesses navios suítes maiores e mais luxuosas do que as suítes disponíveis nos navios de armadoras de luxo!

Por isso, ao falar de cruzeiros de luxo iremos falar de cruzeiros menores (apesar de que a tendência é deixar os navios pequenos cada vez maiores) que permitem personalizar mais um serviço que geralmente é feito em massa em navios de armadoras como MSC e Royal Caribbean.

Celebrity Cruises faz parte da família Royal Caribbean, mas seus cruzeiros são completamente diferentes: na categoria luxo, Celebrity Cruises é conhecida por oferecer uma atmosfera bem mais moderna e despojada do que se espera do estigma que o “luxo” invoca.

Os navios, menores do que os da Royal, são conhecidos por serem bem modernos mesmo, com decks suspensos, cabines infinitas, janelas panorâmicas que vão do chão ao teto…

É, sem sombra de dúvidas, um cruzeiro mais sofisticado e menos mainstream, mas diferente de outros com essa mesma pegada, Celebrity é mais jovem e descontraído.

Cruzeiros de luxo: Celebrity Cruises
A classe “Edge” de navios Celebrity Cruises (divulgação)

Regent Seven Seas Cruises é um braço da Norwegian – um braço menor e mais caro, aliás, eu nem sei se existe algo mais caro no mercado do que Regent Seven Seas.

É que a Regent é conhecida por ter as maiores e mais caras cabines da categoria, algumas delas podem custar até 11 mil dólares por noite – dê uma olhada no Splendor, ou no Grandeur, os dois navios mais novos da frota.

Ah, a Regent é realmente all-inclusive, inclusive os passeios em terra, basta escolher o seu.

Cruzeiros de luxo: Seven Seas Splendor
O belíssimo Splendor da Regent Seven Seas Cruises (divulgação)

Holland America é uma das armadoras mais tradicionais do mercado, com uma frota maior de navios mid-sized que navegam nos seis continentes.

Com essa pegada mais clássica, tem uma piada entre os americanos que chama a Holland America de “a armadora dos aposentados”, e atividades a bordo tendem a ter esse ar também – é um cruzeiro focado na experiências gastronômicas, na música ao vivo…

Inclusive o novo Holland, esse da foto, tem um teatro de babar, cercado por telões do chão ao teto, depois dê uma olhada.

Enfim, Holland é famosa pela qualidade das atividades a bordo, mas não pela quantidade.

O novo Rotterdam da Holland Cruise America (divulgação)

Princess é outra companhia que pertence a Carnival, e você provavelmente deve ter ouvido falar sobre eles pesquisando itinerários pelo Alasca, pela qual eles são mais famosos, mas tem Princess viajando para quase toda parte do mundo.

Princess oferece um serviço mais formal e menos “resort flutuante” do que as armadoras mainstream, então a comparação mais possível é entre ela e a Celebrity.

A diferença é que Celebrity tem uma pegada mais moderna e Princess mais clássica – e enquanto o público da Celebrity está ficando mais novo, o público da Princess está ficando mais velho.

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