Como o processo de viajar para o exterior pela primeira vez pode parecer assustador, resolvi fazer um passo a passo ensinando toda a sequência de acontecimentos para quem nunca fez isso antes.
Esse guia mostra tudo o que acontece entre o check-in no Brasil e o desembarque no país de destino.
Se algo não ficou claro ou soa confuso, pode chamar minha atenção nos comentários que prometo arrumar uma forma melhor de explicar, combinado?
Tabela de conteúdos
Como pegar um voo internacional: passo a passo
Pode até parecer difícil, mas prometo que não é.
E um conselho que sempre dou, e vale a pena repetir: caso fique difícil, ou se por algum momento for intimidador, não deixe de pedir ajuda.
Pintou dúvida, incerteza ou pareceu confuso, não pense duas vezes: pergunte para um funcionário da companhia aérea, do aeroporto ou até mesmo para um colega de voo.
Vale ter um celular com acesso à internet também, assim você não se atrapalha com a língua e pode tirar dúvidas.
No mais, é só ficar atento a esses cinco passos.
1º passo: ir para o aeroporto
Independente do voo ser o internacional ou apenas uma conexão antes dele, é importante se planejar para chegar com pelo menos três horas de antecedência.
Essa antecedência é muito importante porque aeroportos podem trabalhar acima da capacidade esperada e com menos funcionários do que deveria.
É extremamente possível, e mais comum do que se imagina, perder um voo por não conseguir ser atendido a tempo.
Vou frisar mais uma vez que mesmo para conexões que antecedam o voo internacional a antecedência continua sendo importante (lembre-se que conexão é uma coisa, voo independente é outra).
Isso porque, nesse caso, a conexão já é “internacionalizada” desde o momento em que você se apresenta no primeiro aeroporto.
Se o primeiro voo foi comprado à parte da viagem internacional, mais um motivo para chegar o quanto antes: quem perde o primeiro voo perde todos os outros sem direito a reclamação.
2º passo: fazer o check-in e/ou despachar a mala
Em teoria é possível adiantar o processo de check-in ao fazê-lo on-line, usando o aplicativo da companhia aérea, mas em voos internacionais isso raramente funciona.
Por enquanto, no Brasil, ainda é impossível embarcar em um voo internacional sem se apresentar no check-in presencialmente.
Você até pode antecipar o check-in de alguma forma, mas precisará se apresentar para fazer ao menos uma conferência de documentos que seja.
Então, ao chegar ao aeroporto, procure pelo check-in da companha aérea, entre na fila e, quando chegar a sua vez, apresente-se com o passaporte.
Se você tiver uma mala para despachar, pode colocá-la na esteira do guichê onde estiver sendo atendido.
O atendente irá fazer algumas perguntas sobre a mala, sobre o destino e provavelmente sobre onde e por quanto tempo você ficará hospedado.
Mesmo que você tenha outros voos de conexão dentro do Brasil, sua mala será encaminhada para o avião e você só irá pegá-la quando chegar no país de destino ou no destino final.*
O atendente provavelmente irá confirmar essa informação com você, mas caso isso não aconteça, pergunte!
Pegue as passagens impressas onde aparecerão duas informações importantes, o horário do embarque e o portão de onde sairá o seu voo.
É importante saber que o horário do embarque é diferente do horário do voo!
Quando você comprou a passagem, você fez a escolha baseando-se no horário do voo, mas você precisa estar no portão de embarque no horário do embarque.
*partindo do pressuposto de que o voo é uma conexão, ou seja, todos os trechos foram comprados em uma mesma compra. Se você precisou comprar um voo “por fora” para chegar na cidade onde irá embarcar para o exterior, será necessário pegar a mala despachada e começar tudo de novo.
3º passo: ir para o portão de embarque
Para ir para o portão de embarque você precisa antes passar pela segurança.
Bem, depois que a atendente despachou sua mala e você recebeu a passagem impressa, procure a direção do “embarque internacional”.
Para entrar na área de embarque internacional você precisa escanear o seu cartão de embarque (cartão de embarque e passagem aérea é a mesma coisa).
Assim que a catraca liberar a sua passagem ao ler o código de barras do cartão de embarque você já estará na fila da imigração.
Quando for a sua vez de ser atendido, apresente o cartão de embarque e o passaporte juntos.
O agente de imigração irá apenas inserir passaporte e passagem no leitor e conferir se existe alguma restrição no seu nome.
Pronto, você foi admitido na área de embarque internacional, agora basta procurar o número do seu portão de embarque, aquele que aparece escrito na passagem.
4º passo: embarcar
Procure no seu cartão de embarque o número do seu grupo, porque quando der o horário do embarque os funcionários da companhia aérea irão chamar os passageiros para embarcar através deles.
Todo embarque no Brasil é feito respeitando a seguinte ordem:
- Passageiros que se enquadrem nas prioridades por lei;
- Passageiros da classe Executiva;
- Passageiros prioritários;
- Demais passageiros divididos por grupos.
Ah, uma coisa que vale dizer: é muito comum que chamem nomes aleatórios minutos antes do início do embarque para fazer perguntas ou outros procedimentos de segurança.
Nesse caso irão anunciar o seu nome no alto-falante, mas isso não significa nenhum problema, pelo contrário: o benefício de ser uma dessas pessoas aleatórias é que assim você embarca antes de todos os outros.
Outra coisa que acontece muito: chamarem o seu nome, antes do embarque, se você está vindo de outro voo.
Eles chamam passageiros que vieram de outros voos de conexão para trocar aquela primeira passagem e refazer as perguntas de segurança (com receio de não terem sido feitas no primeiro embarque).
Só que nesse caso você não entra antes de ninguém, pode continuar esperando até que chamem o seu grupo.
Agora é só entrar no avião e boa viagem!
5º passo: desembarque
Existem exceções, e iremos falar sobre elas, mas de maneira geral sempre que desembarcamos em um novo país, vindo de um voo internacional, nós passamos pelos agentes de imigração e alfândega.
Claro que a depender dos destino algumas coisas podem ser diferentes, mas vamos ao que é comum na maior parte das viagens:
- Ao desembarcar da aeronave a primeira coisa que fazemos é passar pela imigração. Fique tranquilo porque todo mundo irá fazer o mesmo: basta seguir o fluxo, até porque é impossível pegar um caminho diferente;
- Quando chegar a sua vez de ser atendido pelo agente de imigração, entregue o passaporte e o cartão de embarque. Ele provavelmente irá carimbá-lo e fazer alguma pergunta na língua do país onde você chegou;
- Depois da imigração, o fluxo irá te fazer chegar nas esteiras rolantes onde ficam as malas. Pegue a sua e continue seguindo o fluxo em direção ao próximo passo, “saída” ou “conexão”.
- Esse processo de sair junto com o fluxo já faz parte da alfândega, na maior parte das vezes a gente sequer nota estar passando por ela, a não ser que alguém te pare e peça para inspecionar a sua mala.
Bom, esse é o passo a passo tradicional para embarcar em uma viagem internacional, é assim que acontece na esmagadora maioria dos casos.
+ Dicas para passar pela imigração
+ Fui para a salinha da imigração comemorar 16 vezes no aeroporto de Miami
Se você está indo para os Estados Unidos e quiser ler sobre como fazer o processo inverso, ou seja, embarcar lá e desembarcar aqui, leia:
+ Como passar pela segurança em aeroportos americanos
Agora, vamos as perguntas de quem passa por algo diferente do que mencionei aqui.
Dúvidas mais comuns sobre embarques internacionais
Se você embarcou em uma cidade diferente, se irá fazer uma conexão nacional ou internacional, enfim, qualquer variável diferente do que tenha sido mencionado aqui pode mudar todo o processo.
Vamos falar sobre as situações mais comuns que fogem do padrão:
E se o meu primeiro voo for uma conexão nacional?
Existem dois cenários para quem precisa fazer um voo dentro do Brasil antes de embarcar para o exterior:
- Ou você faz um voo com vários trechos (ou seja, conexões);
- Ou você faz voos completamente independentes uns dos outros.
Conexão é quando você compra tudo junto, como quando quero ir para Miami saindo de Belo Horizonte, mas preciso passar em Guarulhos.
Quando compro esse voo eu pesquiso por “Belo Horizonte-Miami”, mas como não existem voos diretos o sistema me mostra resultados que são, na verdade, Belo Horizonte – São Paulo – Miami.
Esse é um voo com vários trechos, ou seja, eu faço uma conexão em São Paulo antes de embarcar para Miami.
Já um voo independente é quando compro São Paulo-Miami e moro em Belo Horizonte, ou seja, preciso me virar para chegar em São Paulo a tempo de pegar o voo para Miami.
O bom de comprar um voo com conexão é que, caso a companhia aérea cancele o primeiro voo, é de responsabilidade dela se virar para me fazer chegar em Miami.
E ainda tem a segurança de ter todos os trechos atrelados uns aos outros, o que facilita a questão das malas.
Nesse caso que citei eu despacharia a mala em Belo Horizonte e só voltaria a vê-la em Miami, ou seja, eu não me preocupo com ela em São Paulo porque a mala já foi etiquetada para Miami e está sob responsabilidade da companhia aérea.
Isso porque o voo é internacionalizado desde Belo Horizonte, onde eu receberia duas passagens de uma só vez: uma para o primeiro voo e outra para o segundo.
E se eu tiver uma conexão no país do meu destino?
Bem, vamos continuar usando um exemplo nos Estados Unidos, porque na Europa é um pouco diferente.
Se eu escolhesse um voo maior, como Belo Horizonte-Orlando, eu teria numa viagem com pelo menos três trechos, ou seja, faria duas conexões:
- Voo Belo Horizonte-São Paulo;
- Voo São Paulo-Miami;
- Voo Miami-Orlando.
Nesse caso, a bagagem não vai direto para Orlando, ela para em Miami antes e você precisa redespachá-la para Orlando.
Ah, então eu preciso fazer um novo check-in chegando em Miami?
Não, de forma alguma: comprando um voo com conexões, ao fazer o check-in em Belo Horizonte eu já receberia as três passagens de uma só vez.
Nesse caso eu receberia em Belo Horizonte as passagens para São Paulo, Miami e Orlando.
O problema é que, em linhas gerais, deve-se fazer imigração sempre que se chega em um novo país e não na cidade da conexão que será o seu destino final.
Isso significa que o trecho Miami-Orlando é um voo doméstico, até porque imigração e alfândega já foram feitas em Miami.
Por isso, se você tiver uma conexão logo depois de chegar ao país do seu destino, procure por “conexões” depois de passar pela alfândega.
Entregue a mala para o funcionário do balcão de conexões como se estivesse despachando-a pela primeira vez, mas não é necessário um novo check-in.
Primeiro porque você já tem a passagem do próximo voo, segundo porque a mala já está etiquetada até o destino final – tudo que você precisa fazer é literalmente entregá-la.
Se você está indo para os Estados Unidos e quiser ler sobre como fazer o processo inverso, ou seja, embarcar lá e desembarcar aqui, leia:
+ Como passar pela segurança em aeroportos americanos
E se eu tiver uma conexão internacional na Europa?
Como muita gente chega na Europa por um país e segue em direção a outro, é comum se perguntar onde a imigração é feita e para onde a mala é despachada.
Bem, grande parte dos países da Europa fazem parte do que chamamos de Espaço de Schengen, um acordo de livre circulação de pessoas entre países membros.
Por isso que, ao chegar em um país do Espaço de Schengen, você faz imigração no primeiro país membro e depois segue para outro como se estivesse em um voo doméstico.
Sua mala já estará etiquetada até o destino final, então você não precisa se preocupar com ela e nem fazer um segundo despacho.
Olhe esse exemplo com o voo preferido do brasileiro:
- Saindo do Brasil em um voo da TAP para Paris com conexão em Lisboa você fará imigração em Lisboa. Assim que você for liberado, basta procurar na área de embarque doméstico o portão de embarque de onde irá decolar o seu voo para Paris. Sua mala estará em trânsito já etiquetada até o destino final.
Agora, atenção!
Essa história só será diferente se você chegar na Europa por um país do Espaço de Schengen e tiver conexão para um país fora do Espaço de Schengen, como Inglaterra, Irlanda ou Turquia.
Nesse caso você fará imigração apenas no destino final, que é para onde suas malas também irão.
Olha esse outro exemplo também muito comum entre brasileiros:
- Saindo do Brasil em um voo da TAP para Londres com conexão em Lisboa você será considerado um passageiro em trânsito quando chegar em Lisboa. Isso significa que saindo do avião você será direcionado à área de embarque internacional e deverá procurar o seu novo portão de embarque. Sua imigração será em Londres. Sua mala estará em trânsito já etiquetada até o destino final.
O mesmo vale se você fizer o oposto, ou seja, chegar em um país fora do Espaço de Schengen, como Inglaterra, Irlanda e Turquia, e tiver uma conexão para um país no Espaço de Schengen: imigração e mala são coisas que só acontecem no destino final.
+ Dicas para passar pela imigração
Em teoria, você só precisará fazer duas imigrações caso vá para Irlanda com conexão na Inglaterra.
Isso acontece porque existe um acordo entre os dois países que permite a livre circulação de cidadãos ingleses e irlandeses, ou seja, você com o seu passaporte brasileiro precisará fazer a imigração em Londres e sair em direção ao embarque doméstico para embarcar para Irlanda.
Só que ao chegar na Irlanda você precisará passar pela imigração mais uma vez.*
*bem, nas prática nem sempre é assim. Eu já embarquei na Irlanda para Inglaterra e desembarquei como se fosse um irlandês, sequer olharam passaporte (literalmente abriram a porteira e passou a boiada inteira, sem distinção de nacionalidade).
Por isso, no caso “viagem para Irlanda com conexão em Londres”, não estranhe caso você faça imigração apenas no primeiro destino porque existem precedentes.
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