Estava louco para conhecer Wimbledon em Londres desde o dia em que visitei Roland Garros em Paris. Nunca fui muito conhecedor do esporte, sempre acompanhei as grandes finais, mas Roland Garros foi um passeio surpreendentemente bom: foi curioso, tive aquela sensação gostosa de quem conhece um lugar inusitado acompanhado por um amigo que sabe tudo sobre lá.
Chegando pela estação Wimbledon e pegando um cab no ponto logo ao lado
Foi em Roland Garros que descobri que existe um tipo de turismo para amantes de tênis que é bem comum entre eles: a volta ao mundo pelo Grand Slam, um passeio pelas quadras dos quatro grandes torneiros – Australian Open, French Open, US Open e Wimbledon.
Entrada principal na Church Road, Gate 4
Claro que eu pirei na ideia de conhecer todas as quatro quadras.
Já foram duas, agora é só rezar para o Santo da Cotação e torcer para passar a virada do ano em Melbourne, já pensou? Enfim, continuemos:
Como chegar em Wimbledon
Chegar em Wimbledon é um pouco mais complicado do que chegar Roland Garros: uma alternativa legal, porém razoavelmente mais longa, é ir com a linha District até a estação Wimbledon. Cuidado para não usar o transporte público com o tíquete errado: tenha um Oyster Card ou um tíquete que te permita transitar entre as zonas um e três.
O que eu fiz foi usar uma das três linhas que passam pela estação Waterloo (Bakerloo, Jubilee ou Northern) e de lá segui de trem em direção a estação Wimbledon. O trem leva menos de 20 minutos e ele é interligado ao sistema de transporte público londrino, por isso eu também pude usar o Oyster Card.
Para ir da estação às quadras minha dica é pegar um Uber para economizar uma boa parte do seu dia. Para quem quer curtir o passeio, ou economizar no Uber, pegue o ônibus número 493 que sai de um ponto logo a frente na Wimbledon Road Hill.
O ônibus para na porta do estádio, não lembro exatamente quantas paradas depois, mas assim que você começar a passar por ele pode dar o sinal, ou diga ao motorista que você gostaria de parar próximo ao portão 4.
Os valores de 2013 e meados de 2014, além dos horários de admissão. Embaixo nosso guia inglês com português afiado
Wimbledon tem tour e tem museu
Geralmente as pessoas fazem o museu depois de passarem pelo tour guiado pelas quadras e pelas dependências do estádio.
É loucura tentar a sorte sem uma reserva de horário. Para fazê-la é muito simples, basta acessar o site. Portadores do London Pass passam pelo mesmo processo de reserva, basta escrever “London Pass” na caixa de comentários ao preencher o formulário.
O meu guia foi esse inglês da foto com pinta de galã que, surpreendentemente, falava português. Quais as chances de responder “I’m Brazilian” e descobrir que o guia inglês fala português com sotaque lusitano?
Os fornecedores oficiais da temporada de 2013: eles aparecem uma única vem em todo o estádio, apenas nessa placa de mármore
O campeonato de Wimbledon é o torneio de tênis mais antigo do mundo, até porque o esporte nasceu ali pertinho, em Birmingham. Hoje, esse “English Open”, oficialmente conhecido como The Championships, é o único do Grand Slam que ainda acontece em quadras gramadas
Bem, antes de mais nada você precisa saber que o torneio inglês chama-se Wimbledon, mas o conjunto de quadras onde ele acontece é o complexo All England Lawn Tennis and Croquet Club, ou simplesmente All-England Club, uma associação para poucos e nobres: são menos de 400 membros, uma lista de espera que pode durar mais de 30 anos e uma seleção que inclui aprovação unânime.
É na caixa-vermelha que a sorte dos muquiranas é lançada
O tour é muito legal como todo tour guiado deveria ser. Quem entende inglês, ou que tem a sorte de pegar o guia da foto, descobre pequenas curiosidades pelo caminho, como esses patrocinadores impressos no mármore: e não é que com a exceção de um enorme Rolex na quadra principal nenhum outro patrocinador expõe sua marca durante o torneio? Eles só aparecem ali, na listagem oficial, na entrada do estádio.
Outra coisa legal que descobri é que você pode doar o seu tíquete usado: os (loucos) que decidem deixar o estádio antes do fim do jogo ou torneio podem depositar o tíquete em uma determinada caixa que ele será revendido por um valor bem inferior ao original.
O pessoal na fila de espera tem a chance de entrar e o dinheiro da revenda vai para a caridade. Só no primeiro semestre de 2013 mais de 300 mil libras foram arrecadadas assim.
Descobri que essa pipa em forma de gaivota funciona como espanta pombos. Simples, barato e eficiente. Além de me fazer passar uns bons 10 minutos tentando fotografá-la
Essa é a sala onde os jornalistas trabalham. Os principais veículos de imprensa, e os mais presentes todos os anos, possuem mais ou menos espaço. Claro que deve rolar o maior lobby de todos os tempos, mas só os veículos ingleses ocupam mais deu um terço das mesas disponíveis
Bem, o resumo da ópera é que Wimbledon é completamente diferente de Roland Garros. Roland Garros tem um charme aristocrático, parece Paris do século passado. Já Wimbledon é mais jovem, menos pomposa. Enfim, são experiências completamente diferentes e todas duas inesquecíveis.
Já o museu de Wimbledon é uma grande bobagem. O de Roland Garros é bem mais interessante, e olha que o de Wimbledon é o mais tecnológico, tem até 3D. Enfim, eu já percebi que tanto lá quanto cá os museus são meras formalidades, tudo gira entorno do tour.
Rodei foi convidado pela Visit Britain para conhecer algumas atrações em Londres e é claro a gente não ia deixar Wimbledon de fora
Para ler sobre meu pulinho em Roland Garros, clique aqui
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olá, parabéns pelo blog.
tenho um london pass e tentei reservar o tour pelo site, mas não estou encontrando o local para reserva, apenas para compra. poderia me ajudar? obrigada
Hey, Thiago. Tudo bem?
Bem legal seu post sobre Wimbledon. Parabéns! :)
Só uma coisinha: a estação de metrô mais próxima ao complexo não é a que leva o mesmo nome (pois é, pegadinha). Southfields fica mais perto. Dá pra ir a pé beeeem de boa e o trajeto ainda é agradabilíssimo. Sem querer fazer jabá, mas já fazendo, falamos um pouco sobre a experiência de assistir a uma partida no Grand Slam neste post: http://bit.ly/jiogFC
Beijobeijo
Oi Nah, obrigado pela presença aqui no blog! Sim, sei que Souhtfields é a mais próxima, mas como existe um ponto de táxi na saída da estação Wimbledon achei mais prático sugerir descer ali. E tirando que o trem não chega até Southfields, chega? Bem, o legal é que agora nós já sabemos que a caminhada de quem desce na Southfields é bem agradável!