Não tem nada mais broxante do que ter a mala extraviada no último dia de viagem.
É um sentimento de impotência muito grande desembarcar depois de uma longa viagem, sem nenhum problema até então, esperar quarenta minutos pela sua mala e nada.
Depois, outros vinte minutos e nada.
O próximo voo acaba de desembarcar, sua esteira agora se prepara para receber as malas vindas de Kuala Lampur.
Pronto, agora é oficial: minha bagagem sumiu e ninguém tem a menor ideia de onde ela esteja.
Tabela de conteúdos
O que fazer antes de despachar a mala para evitar o extravio
Essas cinco dicas são essenciais para evitar a dor de cabeça que é ter a mala extraviada:
- Tenha duas etiquetas com o seu nome e endereço em cada mala, mas lembre-se de usá-las na hora certa: na ida, coloque o endereço do hotel, mas, na volta, coloque o endereço de casa, no Brasil.
- Tenha uma firula. Como não irei incentivar ninguém a comprar malas com estampas de animais, sugiro colocar uma fita colorida ou qualquer outra coisa que diferencie sua mala de todas as outras. Assim, quando estiverem procurando por ela, “a mala com a fita colorida” irá se destacar.
- Tenha a etiqueta do seguro. A maioria dos seguros contratados possui etiquetas de mala com o número da apólice, ou você mesmo pode fazê-las. Usá-las é fazer com que a mala diga “cuidado, se me perderem cabeças irão rolar!”.
- Fotografe tudo e guarde os recibos dos itens adquiridos durante a viagem. À medida que vou organizando minhas compras dentro da mala vou também fotografando cada etapa pelo celular – porque, se acontecer comigo, meu amigo, esperem por mim no tribunal!
- Não despache eletrônicos. iPads, iPhones e outros eletrônicos deve ir na bagagem de mão; dinheiro então, nem se fala.
Uma última dica é despachar a mala com um localizador AirTag ou Tile dentro dela.
Esses localizadores funcionam muito bem em qualquer parte do mundo, basta abrir o celular que você tem a localização exata de onde sua mala está.
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E se ainda sim minha mala for extraviada?
Infelizmente isso pode acontecer. Ouvi de fontes não oficiais que, no Brasil, 20 mil malas são extraviadas todos os anos, mas a maior parte delas é encontrada em menos de uma semana.
Apenas 400 vão parar em um buraco-negro desconhecido e nunca mais voltam.
Não preciso estender muito no que diz respeito ao momento do desespero: basta procurar o agente da companhia aérea e dar início a burocracia o quanto antes.
E se mesmo assim minha mala não for encontrada?
Você será ressarcido de alguma forma, mas é claro que dificilmente ficará satisfeito.
A Convenção de Varsóvia sugere um pagamento de 20 dólares por quilo, mas na prática costuma prevalecer um valor entre 500 e mil dólares por peça perdida.
Algumas companhias oferecem também uma declaração especial onde o passageiro descreve, item por item, todos os bens despachados, mas lembre-se que ninguém se responsabilizam por itens insubstituíveis.
A Air France, por exemplo, aceita declarações de até 5 mil dólares, mas sua bagagem será conferida antes do embarque.
Antes de contratar qualquer serviço de terceiros, confira seu seguro de viagem, eles provavelmente oferecem essa opção.
Claro que em muitos casos, principalmente aqueles que envolvem artigos preciosos e específicos, a única coisa que resolve é um bom advogado, tempo e paciência.
Mas a chance da mala ser encontrada é real?
Sim, as possibilidades são grandes. A companhia aérea começa a busca nos compartimentos da aeronave, no terminal de passageiros e nos galpões de carga.
Enquanto isso, alguém começa o rastreamento no WorldTracer, um banco de dados usado por quase todos aeroportos e companhias aéreas.
Acredito que é possível encontrá-la porque em grande parte das vezes o extravio acontece por motivos muito simples de serem resolvidos, como a etiqueta ter se descolado durante o trajeto ou a escala ter sido mais rápida do que o transporte da mala.
Quando a mala é encontrada ela segue no próximo voo e você irá recebê-la em casa ou no seu destino final.
E aquele filme plástico que as pessoas passam ao redor da mala?
Nunca utilizei, mas conheço gente que não viaja sem.
Claro que o plástico não influência no extravio, serve apenas para proteção de malas novas.
E quando a mala for danificada ou tiver algum item roubado?
Procure a companhia aérea e preencha um formulário chamado Registro de Irregularidade de Bagagem, ou RIB.
Para malas extraviadas no Brasil o prazo para encontrar uma bagagem é de até 30 dias corridos; e só a partir disso tentar estabelecer um valor indenizatório.
Para ressarcir o cliente de algum dano específico outros 30 dias são contados.
Caso o passageiro se enquadre nos padrões internacionais de companhias aéreas gringas, vale checar no site da empresa quais atitudes tomar. Claro que o primeiro passo deve ser dado ainda no aeroporto, sempre!
Por último, leve na bagagem de mão uma camisa extra e roupas íntimas limpas: escovar os dentes e usar uma camisa que não esteja usada são as melhores coisas que podem acontecer depois de perder as malas no primeiro dia de viagem.
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Ótimas dicas!
Infelizmente isso acontece frequentemente… Eu mesma já passei por isso duas vezes.
Na primeira, a empresa (estrangeira) me entregou a mala 2 dias depois e me pagou as despesas que eu tinha tido com uma compra básica que fiz por não ter nem roupa pra trocar.
Mas na segunda vez a companhia me deixou os 14 dias de viagem sem minha mala. Tive muita dor de cabeça e no final ela não queria me pagar nada.
Graças a advogada que procurei conseguir ser ressarcida dos gastos que tive e ainda recebi indenização de 9 mil reais por danos morais.
Se acontecer com alguém e a empresa não quiser pagar nada, não deixem de procurar um advogado!
Olá Thiago! Tudo certo?
Não entendi quando você fala em despachar a bagagem quantas vezes forem necessárias!!
Abraço!
Oi Ruan! Essa é uma dica para quem tem tempo, disponibilidade e já passou muito perrengue com mala extraviada, não é uma dica que facilita a vida. De qualquer forma, o que quis dizer é que se você embarca em uma cidade brasileira com destino a São Paulo, por exemplo, e de São Paulo para o exterior com outra cia. aérea, vale fazer mais de um check in de bagagem. Por exemplo: indo de BH para SP de TAM, e de SP para Santiago de LAN, que são cias aéreas parceiras. Teoricamente a mala despachada em BH só será vista mais uma vez chegando em Santiago, mas você pode pedir para fazer o embarque da mala você mesmo em São Paulo e evitar problemas. Mas, mais uma vez, isso é para quem tem tempo e já tem um pé atrás.
Olá Thiago,
Seu artigo está muito bom e é bastante útil.
Um abraço,
Valeu Pedro!
Quando fomos para a Suiça dois anos atrás, perderam a mala do meu irmão.
Mas agora imagine a cena: saindo do Brasil em pleno dezembro, pra chegar lá no maior frio do mundo! E ele sem uma roupa de frio do seu tamanho!
Entramos com toda a burocracia, mas como estávamos indo para Gstaad e não íamos ficar em Genebra eles “não podiam” entregar a mala.
Resultado: meu irmão teve que comprar TUDO de novo, de casacos de frio a cuecas e meias! Mas quem teve que pagar tudo no final foi a companhia.
Nossa Marina, fria heim? Literalmente!