Calma que não sou o tipo de cara que vai te incentivar a fazer loucuras, não escrevi uma lista de motivos para viajar independente da grana para deixá-lo apertado depois.

Até porque não ter dinheiro é sim motivo para deixar de viajar, não queira me cancelar antes da hora!

E vamos combinar que estou falando para um público muito específico, não tenho a menor pretensão de estourar a bolha e convencer terceiros de que tudo que eu quiser o cara lá de cima vai me dar.

O que vim fazer aqui hoje é te lembrar que, por mais esquisito que pareça, nem sempre o motivo é dinheiro.

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Motivos para viajar independente da grana

Quando digo que não-viajar nem sempre é sobre dinheiro, quero dizer que, na maior parte das vezes, é só falta de prática.

É achar que algo é difícil demais, caro demais ou “esse talvez não seja o melhor momento”.

Olha, eu não queria, mas já que toquei em melhor momento preciso antecipar um spoiler agora: nunca é.

Isso provavelmente não é sobre dinheiro

Se te perguntassem, agora, quais as suas principais prioridades financeiras, viajar estaria entre elas?

E se te perguntassem o que você mais gosta de fazer? Ou o que te deixa mais feliz?

Se dinheiro fosse motivo sine qua non para tirar viagens do papel, metade das pessoas que você conhece não teria feito metade das viagens que fizeram – ou você acha que todo mundo ali, tomando uma cervejinha na praia, está melhor do que você?

Nessa bolha abençoada em que vivo, já ouvi tantas vezes “meu sonho é conhecer Portugal”, ou “meu sonho é ir a Disney com você”…

E eu só de rabo de olho pensando “a cara desse querido não queima?, ele ganha três vezes mais do que eu”.

E não é sobre ser chique

Pensa comigo, almoçar um fettuccine em Roma pode parecer muito chique, mas, meu amigo, e quem vive lá? Será que eles vivem todos os dias o glamour que é estar em Roma?

Jantar em um restaurante estrelado não define a qualidade de uma viagem: quantos amigos vivem na zona sul do Rio de Janeiro e não sabem sequer onde fica, quanto custa ou o que servem no Cipriani?

Cidades maravilhosas não acontecem nos melhores restaurantes – nem nas melhores lojas, nem nos melhores hotéis.

Ai, eu já escrevi duas vezes e continuo achando cafona, mas, lá vai: cidades maravilhosas acontecem nas esquinas, à medida que caminhamos por elas.

Olha, viajar é muito simples: viajar é sair de onde estamos.

5 motivos para viajar independente da grana
5 motivos para viajar independente da grana

Existem alternativas

Viajar não é gasto, é investimento – sim, sei que você já ouviu isso antes, mas, acredite, não tem nada que pague a serenidade de quem investe em novas versões de si.

Muitos gastos podem ser reduzidos, outros eliminados: a gente reduz o preço das passagens esperando por promoções, procura opções menos badaladas de alimentação e troca atrações pagas por atrações reais (aquelas em que os locais vão nos fins de semana).

Minimize tudo

Na maior parte das vezes o que faz uma grande viagem são os pequenos passeios. Os melhores programas geralmente são gratuitos: os melhores parques, as melhores praias…

Faça novos amigos, socialize o seu lado gringo tomando cerveja com seus novos melhores amigos.

Não tenha pressa: deslumbrados querem cumprir uma check list no menor tempo possível, sendo que o que realmente vale conhecer tende a passar despercebido.

Serendipity

Para muita gente viajar é muito simples e, vide motivo número um, nem sempre essas pessoas tem mais dinheiro do que nós.

Ter um passaporte, pleitear um visto, falar uma segunda língua e comprar moeda gringa são pequenos hábitos e não grandes conquistas.

Enquanto uns precisam de um alinhamento cósmico perfeito para celebrar grandes ocasiões, muita gente não precisa de nenhuma motivação que não seja “estou livre”.

Pequenas e grandes viagens estão a um click de distância, não se engane; aliás, me diga: o que você celebrava quando dividiu seu iPhone em 12 prestações?

Outras dicas do blog para programar a sua viagem:

  Já sabe onde ficar? Veja a lista com todos os hotéis que já conheci na página "dicas de hospedagem" e faça a sua escolha!

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28 COMMENTS

  1. Meu querido! Que texto maravilhoso!!! Enquanto tem gente pensando que para uma viagem ser perfeita tem que ticar todos os pontos turísticos e comer em todos os restaurantes estrelados, sigo conhecendo esse mundo, levando lanche de casa ou do hotel, e simplesmente vivendo o que vejo ao meu redor. Viajar vai muito além de cumprir roteiros. Aliás… viajar não tem regras! O que é exatamente a melhor parte de estar viajando! muitas beijocas meu lindo!

  2. Oi, Thiago! Adorei o texto. Me lembrei de quando fui ao RJ pela primeira vez… Sou do interior de SP e meus pais nunca incentivaram viagens, pelo contrário, minha mãe investia todo o dinheiro dela na reforma ANUAL (sim, anual) do apartamento e meu pai para trocar seu “carro novo por um novo carro novo”. Quando eu cogitava viagens sozinha, a superproteção da minha mãe agravava o caso. “vc tá doida? Cheio de bandido por aí” etc etc etc. Resultado: quando eu viajei, fui de vez. Me mudei para Brasília com 21 anos, no meio da faculdade, mesmo minha mãe dando crise. Simplesmente arrumei um emprego pela internet e um quarto coletivo através um grupo de estudantes do do facebook e vazei! Depois disso fui conquistando minha dependência financeira (sim, dependência, pq agora dependo só do meu dinheiro para viver) e comecei a traçar novos planos. Viajar foi um deles… Daí então que eu fui ao RJ sozinha sem nem saber o que encontraria por lá… Sonhava em conhecer a cidade! Com ajuda da internet eu achei de tudo: hostel barato, mapa, sugestões, e passagens promocionais. Não gastei quase nada!!!! Nos 3 primeiros dias eu fiquei na casa de um hospedeiro de couch surfing, aquele esquema de dormir no sofá e oferecer o seu. Minha mãe até hoje não sabe disso! rsrsr Depois passei 15 dias num anonimato perfeito, fazendo amizades nos sambas, nas praias, nos monumentos, e até dormindo em lugares diferentes, emendando a balada com a casa de novos amigos e “amigos” (risos). Enfim, depois disso, descobri que viajar é muito simples, desde que vc dê o primeiro passo que não custa nada : coragem. Depois fui à Floripa, Minas, etc, e agora me preparo para sair do país e conhecer a Europa. Ainda não sei como, mas sei que vou descobrir quando eu der o segundo primeiro passo da coragem. Beijos!

  3. É isso mesmo, Thiago. Viajar não tem preço, é o maior investimento em nós mesmos: seja em uma viagem longe ou mesmo alí na esquina, a grandeza da viagem está em como nos envolvemos para aproveitá-la, vivendo intensamente, todos os momentos e descobrindo, prazeirosamente, o novo que nos apresenta. Seu blog é sensacional!!!

  4. Olá, penso da mesma forma, acho que não precisamos marcar com 05 anos de antecedência uma viagem. Outra coisa, num local diferente o que menos me importa é se o Hotel é de luxo. Basta ter o minimo de conforto necessário e uma localização bacana. Quero implantar isso no cérebro da minha noiva,pois se depender dela, nunca sairemos do Interior de Mato Grosso. Ela é muito rotineira, só faz aquilo que já fazia antes, isso me desanima. Tô querendo conhecer alguns países vizinhos mas queria faze-lo como mochileiro, só não sei quanto tempo e se vou conseguir convence-la da idéia.

    Abraço a todos.

  5. “o que você celebrava quando dividiu seu smartphone em 12 prestações?” achei sensacional!

    E é o que acaba acontecendo mesmo, né? Tudo depende de prioridades e de pontos de vista. Tudo bem pagar super caro no smartphone, mas está errado querer fazer uma viagem mais longa, pra um lugar mais longe? Vamos ficar totalmente pobres e sem grana no banco se realizarmos algum sonho ou uma vontade?

    No momento, a única coisa que me impede de viajar são as férias do trabalho, ainda faltam 10 meses hahaha mas com certeza, depois de ler esse texto, vou querer viajar assim que tirar férias!

    (:

  6. Nossa, parece que você leu minha mente rs Estava fazendo essa lista mental semana passada, inclusive fiz essa comparação do celular! haha
    Assino embaixo! É um investimento e quem faz, não se arrepende de nenhum centavo gasto! E cada dia me apaixono mais por esse mundão! :)